

Historicamente, o papel do casamento como eixo da estabilidade social era mais importante do que o amor entre os casais. As funções do casamento voltavam-se para a criação dos filhos, a transmissão de valores, servindo como núcleo econômico e organizador das tarefas diárias da vida. No passado, um jovem casal que iniciava uma vida a dois tinha maior suporte emocional e logístico, pois contava com o apoio de figuras da família (antes numerosas). Os casais de hoje estão remando num bote sozinhos, trabalham fora e a criação dos filhos tornou-se mais complexa.
Mesmo assim, o casamento tradicional sobreviveu à chegada do novo milênio. A cerimônia do casamento constitui um acontecimento expressivo, uma passagem espiritual muito forte, além do significado religioso, a festa formaliza o amor e o respeito mútuos entre duas pessoas.

O noivado
Um dos momentos mais emocionantes da vida de uma mulher é quando ela recebe um anel de noivado, simbolizando um compromisso com o futuro do casal. Na sua forma original, uma lei do final do século VIII fazia da bênção nupcial o passo necessário para a celebração do casamento; mesmo assim, o noivado possuía uma grande importância comparável à do casamento. A influência da herança patriarcal - dominada por valores de posse e dotes - encontrou uma solução para as famílias apressadas: a realização de um contrato entre meninas de doze anos e meninos de quatorze, fixando uma data, o montante do dote e, eventualmente, uma multa por rescisão. Com o passar do tempo, os casais foram sendo formadosà revelia das famílias, identificados por interesses comuns, freqüência a lugares e muita atração física.

Um sacramento
O amor espiritual, independente do sangue e da carne, começou na terra com o Cristo, vinculando seres humanos com fortes relações de fraternidade, como resultado do Cristianismo. Durante a Idade Média, a Igreja institucionalizou o matrimônio como um ato público, trazendo a celebração para o interior do templo e regulando os contratos. A Igreja inseriu Cristo na família, incluindo, no ritual, o consentimento dado pelos noivos por meio do SIM, bem como a bênção nupcial. O casamento, além de familiar, patrimonial e econômico, passou a ser um sacramento, valorizando também a condição feminina.

Religião e sociedade
O casamento entre um homem e uma mulher existe desde a Antigüidade; como prática social tornou-se um ato público, refletindo a sociedade que o fundou. Cada religião possui um ritual no tocante à formalidades do casamento, dependendo de práticas que são determinadas pelos líderes. Os costumes do casamento variam de uma cultura para outra, e do comportamento dos noivos, mas, sua importância institucional é de conhecimento universal. Atualmente, existem três regimes
de comunhão e diferentes formas, inclusive através de um contrato, uma Escritura pública que formaliza a união.

Por influência dos próprios católicos, maio se tornou o mês das noivas. A escolha está ligada à festa de consagração de Maria, mãe de Jesus. A comemoração do Dia das Mães, no segundo domingo, também contribuiu para a associação com as noivas, apesar de não haver na Bíblia passagens ou citações específicas sobre o assunto.

Casar é um ato de amor; na hora de formalizar esse amor, será preciso pensar com mais razão do que emoção. Antes do casamento civil, faz-se necessário escolher o tipo de união legal, Comunhão Parcial de Bens, Separação de Bens, Comunhão de Bens e inclusive, mediante um contrato, uma escritura pública que formaliza a união. Após a Lei do Divórcio, torna-se imprescindível estabelecer um contrato entre os noivos, deixando claras as bases deste casamento. Desde 1996, existe uma lei, permitindo a realização de um casamento na forma de um contrato, entre um homem e uma mulher.
Um casamento necessita de base financeira sólida para sua continuidade. Conhecer o modo de seu parceiro lidar com o dinheiro: um jovem casal de estudantes deve, portanto, prever despesas futuras. Um casal maduro, mais preparado para o casamento, tem condições de assumir as responsabilidades financeiras. Casais mais velhos, ou segundo casamento, devem observar seriamente a necessidade de um acordo pré-nupcial.
Indivíduos, profissionais liberais, empresários, na hora de se casarem, esquecem que essa condição implica nova visão econômica da sociedade.
Uma mulher casada, necessitando de um empréstimo para ascenção de sua empresa, não obterá sucesso, caso o parceiro tenha problemas no seu CPF.

Esse assunto delicado requer um tratamento com diplomacia por parte do casal. Um casal normalmente se une, definindo apenas o regime; porém, é aconselhável que os detalhes sejam formalizados por um advogado.
No judaísmo, a Ketubá é o contrato de casamento judaico, instituído há mais de dois milênios, e originalmente escrito em aramaico. Embora fizesse referência ao dote da noiva e aos direitos de propriedade do marido, o documento garantia, também, os direitos da mulher e continha cláusulas para protegê-la, em caso de divórcio, ou morte do marido
Datas
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o mês campeão de casamentos é dezembro, o segundo preferido é setembro e em terceiro lugar está maio. A explicação é simples: em dezembro o trabalhador recebe o 13º salário, férias e outros benefícios.

FOTOS: Alguns trabalhos de Val Borges com Noivas